terça-feira, 6 de julho de 2010

Amapá tem nota de 3,8 no Inep e não atinge meta nacional

Foi divulgado ontem (5), as notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O Amapá figura entre os estados que não alcançaram a meta nacional que era de 4,2. No entanto, o número revelou a evolução da educação amapaense, se for levado em conta que em 2007, a nota foi de 3,4.
Dos 5.404 municípios avaliados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), 84,9% atingiram as metas estabelecidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no ano passado, levando em conta as séries iniciais do ensino fundamental das escolas da rede pública.
O Ideb foi criado em 2005 para medir a qualidade do ensino público no país e é calculado a cada dois anos, levando em conta as notas da Prova Brasil e os índices de reprovação. O Inep estabeleceu metas de qualidade que devem ser atingidas pelo país, pelos estados, municípios e pelas escolas. O objetivo é que a média nacional chegue a 6 em 2021.
Em 2009, 50,2% das cidades ficaram acima da média nacional, que foi de 4,6 pontos, em uma escala de 0 a 10. Na avaliação anterior, em 2007, 47% dos municípios conseguiram superar a média, que era de 4,2 pontos.
O pior resultado da avaliação realizada no ano passado foi registrado pelo município de Apuarema, com nota 0,5. A cidade fica no sul da Bahia, a 320 quilômetros de Salvador. Procurada pela Agência Brasil, a secretária de Educação do município, Zaira dos Santos, mostrou-se surpresa com o resultado, mas não quis comentar os motivos do baixo desempenho.
A nota mais alta foi no município paulista de Cajuru, no nordeste do estado, a 360 quilômetros da capital. Lá, a média das notas das escolas da rede pública ficou em 8,6.
Dos 11 municípios com as piores notas nas séries iniciais do ensino fundamental, seis estão na Bahia, dois no Piauí, dois na Paraíba e um no Pará. Dos 13 municípios com as notas mais altas, sete estão em São Paulo, cinco em Minas Gerais e um no Rio Grande do Sul.
Para o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches, a melhora nos resultados, especialmente nas séries iniciais, é reflexo de fatores como o estímulo à frequência na educação infantil, com maior investimentos, e a implantação do ensino fundamental de nove anos, que aumenta o tempo para a alfabetização, garantindo melhor desempenho na trajetória escolar.
Segundo ele, as regiões com melhor desempenho no Ideb são aquelas que contam com uma boa infraestrutura de prédios, biblioteca e acesso à internet, além de melhores salários e carreira adequada. “Quando há esses insumos, é possível colher resultados melhores. Há uma relação direta entre padrão mínimo de qualidade e resultado do Ideb. Isso está comprovado pela terceira vez”, avalia o dirigente.

O que é o Ideb
O Ideb é a "nota" do ensino básico no país. Numa escala que vai de 0 a 10, o MEC (Ministério da Educação) fixou a média 6, como objetivo para o país a ser alcançado até 2021.
O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar (ou seja, com informações enviadas pelas escolas e redes), e médias de desempenho nas avaliações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Saeb - para os Estados e o Distrito Federal, e a Prova Brasil - para os municípios.
Criado em 2007, o Ideb serve tanto como dignostico da qualidade do ensino brasileiro, como baliza para as políticas de distribuição de recursos (financeiros, tecnológicos e pedagógicos) do MEC. Se uma rede municipal, por exemplo, obtiver uma nota muito ruim, ela terá prioridade de recursos.

(Com informações da Agência Brasil)



Piores notas:

Município Ideb 2009
Apuarema (BA) 0,5
Chaves (PA) 1,4
Pedro Alexandre (BA) 2,0
Nilo Peçanha (BA) 2,1
Manoel Vitorino (BA) 2,1
Duas Estradas (PB) 2,2
Santa Inês (PB) 2,2
São Félix do Piauí (PI) 2,2
Dario Meira (BA) 2,2
Pilão Arcado (BA) 2,2
Bonfim do Piauí (PI) 2,2

Melhores Notas:
Município Ideb 2009
Cajuru (SP) 8,6
Claraval (MG) 8,2
Neves Paulista (SP) 8,1
Fernão (SP) 8,0
Itajobi (SP) 7,5
Rubinéia (SP) 7,5
Cândido Rodrigues (SP) 7,5
José Raydan (MG) 7,5
Soledade de Minas (MG) 7,4
Marapoama (SP) 7,3
Pedra do Indaiá (MG) 7,3
Dois Lajeados (RS) 7,3
Gonçalves (MG) 7,3

Fonte: Ranking baseado em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)

3 comentários:

  1. O bom é de tudo isso é que o Amapá, não estar entre os piores. Pois, no nosso Estado só acontece coisa ruim, a exemplo dos nossos governantes.

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  2. com tudo isso, uma diretora do araxá devolveu 5 professores do EJA para a secretária, a escola são francisco das chagas no bairro do araxá teve no ano passado o maior indece registrado pelo IDEB, e hoje estamos vivenciando um estado de ditadura, estamos nos mobilizando para uma manifestação dia 11 em frente a escola!á comunidade!

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  3. É com um grande pesar que se ver uma experiência de Educação de Jovens e adultos que acontece na comunidade do Araxá a mais de dez anos ser fragmentada com a devolução de alguns professores da noite. Algumas pessoas que já faziam parte do trabalho desde o início do processo de criação.
    A Escola Estadual “São Francisco das Chagas”, é uma escola que trabalha Educação de Jovens e adultos reconhecendo no outro um grande potencial, buscando ser um espaço de solidariedade com pessoas que estavam fora de sala de aula a muito tempo , educação que acontece mesmo diante de tamanha adversidade, educação onde nem o poder público é capaz de entender, e por isso manda verificar o número de pessoas que estão freqüentando. Se de cada dez pessoas saírem duas capazes de continuar seus estudos, já valeu a pena continuar, o problema é que com essa indecisão se a escola iria per manecer no mesmo lugar ou se iríamos ter um novo prédio com cara de escola saísse, alguns alunos, só começam a aparecer para se matricular agora, porém, se como esses professores ainda não tinham alunos “suficiente”mandaram a devolução dos educadores. Vir educadores adentrarem as pontes para oferecerem matrículas para a EJA. Deixar a esperança que se vem construindo ao longo dos anos, na persistência, na dureza e na pobreza. Educação meus amigos, para pessoas que a muito tempo, já estavam desacreditadas, que Continuaram seus estudos as quais saíram da Escola. Não podemos deixar que a escola pública seja tão desvalorizada, precisamos dar condição para que ela possa se desenvolver com qualidade. O tempo de um adulto não é o mesmo de uma criança, pode ser que ele termine seus estudos em muito mais tempo, não é por isso que n ão tenham o direito de estudar. “Há certa perplexidade no ambiente, um generalizado não saber a que se ater”. Defendemos, a meu ver, perspectiva “Ubuntu” (ditado africano )e a consciência social que ele privilegia: “eu sou porque nós somos”. Além dessa inspiração, este manifesto carrega a visão de que a docência se faz na junção de fragmentos do cotidiano, na costura de pedaços de vivências dentro e fora da sala de aula e na projeção de experiências que nos levem a compartilhar – alunos e professores e comunidade – reflexões e significados sobre aquilo que vivemos e que sonhamos.
    (Ubuntu, significa eu sou porque nós somos) ditado africano

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